sábado, 2 de janeiro de 2010

Despedida em Las Vegas - Leaving Las Vegas

Insônia e tv a cabo é uma combinação que as vezes rende bons momentos inesperados. Numa dessas madrugadas insones, zapeando os canais no controle remoto, me deparei com o filme Despedida em Las Vegas, com Nicolas Cage e Elizabeth Shue.

Dirigido por Mike Figgis, o filme se utiliza da matéria bruta mais antiga do cinema: o amor e suas idas e vindas. Sim, Despedida em Las Vegas pode ser visto como um romance, mas não tem absolutamente nada a ver com as comédias românticas clichês que saem a rodo todo mês. Esqueça os casais perfeitos e os amores impossíveis dos contos de fadas.

Despedida em Las Vegas retrata o lado, digamos, menos glamouroso, menos nobre do amor. Mas conta uma história de companheirismo e aceitação incondicional entre duas pessoas que aparentemente estão no fundo do poço e não tem condições ou vontade de sair de lá. Sem fantasias, de uma maneira bem real e até cruel na maior parte do filme.

Vamos a história: o roteirista Ben Sanderson (Nicolas Cage, no papel que lhe rendeu o Oscar de melhor ator) é um alcoolotra que entra num processo irreversível de autodestruição e ve sua vida ruir; ele perde o emprego, a vontade de viver e resolve se mudar para Las Vegas com o intuito de beber até morrer. Lá ele conhece a prostituta Sera (Elizabeth Shue), que sofre com a violência de seu cafetão.

Ben e Sera acabam indo morar juntos, mas aceitando a condição um do outro. Ela aceita que ele é um alcootra numa situação irreversível, e ele aceita o modo dela de ganhar a vida. Num dos muitos diálogos marcantes do filme, ao ser convidado por Sera para morar com ela, Ben disse que tudo bem, desde que ela o aceite como ele é, ou seja, um sujeito num processo de destruição sem volta. Ela aceita.

O filme narra uma história de amor às avessas, sem nenhum glamour, que tinha tudo para dar errado; a prostituta e o alcoolotra, se entendem, se aceitam, e ajudam um ao outro. Ben passa todo o filme se embriagando, não dando o menor sinal de redenção, apesar dos esforços de Sera.

É um filme que vale muito a pena, uma ótima reflexão. Esqueça o mundo perfeito e os casais dos outdors, dos filmecos românticos e das capas de revista. O amor de Ben e Sera não tem nada de glamour, mas nem por isso é menos belo ou intenso que os demais.

Despedida em Las Vegas (Leaving Las Vegas, EUA, 1995)
Direção: Mike Figgis
Elenco: Nicolas Cage, Elisabeth Shue, Julian Sands, Richard Lewis
Duração: 111 minutos
Estúdio: Initial Productions / Lumière Pictures
Roteiro: Mike Figgis, baseado em livro de John O'Brien


Um comentário:

Daniel Silva disse...

E aí, Thiago. Bom, não posso ser chamado de fã do Nicholas Cage. Acho o cara fraco, e o único filme em que eu acho que ele está bem é o Olhos de Serpente, que é de 1998, acho. Mas, se o cara ganhou um Oscar por causa desse filme, acho bom dar uma conferida, já que não conheço.

Te linkei lá no meu blog também, valeu!

Abraço