terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Não vingou


Quando foi lançado, os produtores de Lula, o filho do Brasil, filme baseado na trajetória do nosso presidente, calcularam que o filme seria visto por 5 milhões de pessoas. Algumas semanas depois de sua estréia, os números estão bem abaixo do que esses imaginados inicialmente. E continuam caindo, conforme mostrou o jornal O Globo do último domingo, em matéria assinada por Rodrigo Fonseca e Tatiana Farah.

Segundo a matéria, o filme dirigido por Fábio Barreto não chegará a 800 mil pagantes, apenas 16% dos 5 milhões previstos. Ainda não assiti o longa para analisa-lo, mas é nítido que o status de "propaganda política" que o filme ganhou foi prejudicial demais. Foi um erro lança-lo em ano eleitoral, ainda mais em Brasília. Se a intenção era fazer um filme "família", todos esses fatores acabaram ligando-o a política, o que pode ter afastado parte do público.

Os produtores tomaram alguns cuidados para não passar essa imagem. Não citaram, por exemplo, nomes de partidos políticos (nem do PT), mas ao que parece foi inútil. Parte da imprensa e da oposição levantaram suspeitas sobre as reais intenções do projeto, e sobre as empresas que investiram nele. Some-se a isso o fato de o filme ter estreado praticamente junto com Avatar (mega sucesso de público) e Sherlock Holmes e pronto, inevitavelmente estava comprometida a bilheteria de Lula, o filho do Brasil.

Mas o que realmente pesou, ao que parece, foi mesmo a questão política. Repito, não vi o filme, não sei até que ponto ele é capaz de influenciar ou não as pessoas e, sinceramente, não acredito que um filme seja suficiente ou determinante para Lula fazer o seu sucessor. Mas não dá pra negar que a proximidade das eleições e todas as suspeitas levantadas contribuíram para passar sim essa imagem.

Independente disso, abre-se outra discussão: será que essa desconfiança e afastamento do público indicam que o brasileiro está mais crítico, mais esperto, questionando mais e se deixando manipular de menos? Quem sabe, tomara que sim. É isso que temos que fazer, principalmente em ano de eleição: questionar e desconfiar.

Ouvindo: Carbona - Lunático

5 comentários:

Unknown disse...

O Lula quis aproveitar a deixa de estar no poder pra fazer o seu auto-sensacionalismo num filme. Preferia que entrasse pros livros de história por ter feito algo extraordinário ao invés de um dvd de 10 conto no camelô haha

Lee disse...

Concordo contigo. Acho que o filme não seria o suficiente para que Lula fizesse seu sucessor, mas a maioria deve ter pensado isso, sabe? "Ah! Filme do atual presidente em pleno ano eleitoral."
Também acho que é uma história que muitos já sabiam, não com tantos detalhes, claro.
Não fui ver e não fiquei empolgada para ir.
Boa semana!^^

Daniel Silva disse...

Esse filme tá naquela categoria que eu gosto muito chamada "Não vi e não gostei". Bom, deviam ter lançado quando ele se elegeu pela primeira vez. Fazer isso agora em ano eleitoral é sacanagem.

Abraço

Silvana Persan disse...

direto do rol dos que não assistiram e nem pretendem, acho que foi um festival de erros. só pra listar alguns:
1. fazer um filme sobre um político influente com os recursos da Lei de Incentivo à Cultura para ser lançado em ano eleitoral. o fato de ser o atual presidente, faz o erro ser pior.
2. fazer estardalhaço com o pré-lançamento feito muito, mas muito, antes do lançamento oficial.
3. não observar que na data prevista para o lançamento estavam incluidos dois dos que provavelmente seriam os filmes mais esperados do período (Crepúsculo e Avatar).

Aurelio Bulhões Pedreira de Moraes-Jornalista disse...

Leiam:
http://aureliojornalismo.blogspot.com/2010/01/criticas-infundadas-ao-filme-do-lula.html