segunda-feira, 30 de junho de 2008

Pecado (?) underground

Bandas independentes que assinam com gravadoras: vilãs?


A história sempre segue o mesmo roteiro: uma banda começa a se destacar no cenário independente e chama a atenção da grande indústria musical. Não demora e aparece uma gravadora com uma boa proposta, a banda em questão aceita e assina um contrato. Ao fazer isso, ela vira uma traidora do movimento, certo?

Não. Ou melhor, nem sempre. Assinar com uma gravadora não significa que uma banda e todos os seus integrantes fizeram um pacto com o demo e agora terão que ser odiados para sempre. Tudo depende do que se entende por "banda independente". É aquela que grava e vende os seus discos por conta própria? Aquela que nunca toca na MTV? Aquela que só faz show para pequenos públicos?

Acredito que não seja só isso. Banda independente também pode ser considerada aquela que faz o seu som sem querer agradar esse ou aquele, sem se importar se vai vender ou não, se vai fazer sucesso ou não. Não vejo mal em uma banda assinar com uma gravadora, desde que ela não mude o seu som por causa disso. Não deixe a gravadora interfir no som com o intuito de deixa-lo mais "comercial".

Veja o Dead Fish por exemplo. Em 2004 assinou com a Deckdisc, e lançou o cd Zero e um. A sonoridade da banda não só continuou a mesma, como o Zero e um é um dos melhores discos dos caras, no nível de clássicos como Afasia por exemplo

Tudo depende da proposta. Se for visando apenas oferecer mais estrutura para uma banda independente trabalhar, sem interferir no som dela, é válido. Mas se for visando apenas transformar a banda em produto, com músicas e letras cheias de clichês e de lugares comuns, feitas apenas para entreter alguns pré-adolescentes que não têm nada na cabeça, ai já é condenável.

Fico incomodado quando uma banda que eu escuto há muito tempo estoura e ganha mais visibilidade? Claro que sim. Mas nem por isso posso sair por ai criticando sem analisar direito a situação. Música transmite muito mais do que notas e acordes, transmite também idéias e mensagens. O lance é não mudar a proposta do som para atender os interesses comerciais.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Memória curta


Em 2005 tivemos um dos maiores casos de corrupção da história do Brasil, o mensalão. Ai é aquela história, na época todo mundo se revolta, fica indignado, a imprensa da manchetes e mais manchetes sobre o assunto. Depois, passam-se seis meses, um ano, chegam as eleições, e o povo vota e elege os mesmos deputados que estavam envolvidos no escândalo.

Então lá se vão dois, três anos, e até parte da imprensa esquece. O máximo que sai sobre o mensalão hoje em dia é uma notinha. E eles continuam ai, a solta, com suas confortáveis cadeiras na câmara, seus carrões e casas de luxo. Vamos acordar!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Vitrola no talo - Violins

Nos anos 1980, Brasília foi palco de um fenômeno que fez surgir várias bandas que depois ganhariam destaque em todo o Brasil: Legião Urbana, Raimundos e Plebe Rude por exemplo. Aquela geração deu uma enorme contribuição para a cena rock brasileira. Atualmente, o centro-oeste continua em destaque, com festivais da melhor qualidade e boas bandas que vêm surgindo por lá.

Uma dessas bandas é Violins, de Goiânia. Com cinco cd´s e um EP lançados, o Violins é uma banda que, apesar das influências, tem uma identidade, um estilo peculiar, ímpar. Belas melodias e acordes sem deixar de lado uma boa dose de peso nas guitarras e baixo, letras inteligentes, que fazem a gente pensar alto quando ouve.

Conheci o som dos caras através do Last fm, e desde então não parei mais de ouvir e cantarolar por ai as canções. O vídeo abaixo é da música Glória, do cd Grandes Infiéis, tocada num pocket show acústico, realizado na livraria Saraiva. Guarde bem esse nome, Violins, você ainda vai ouvir muito o som desses caras.

Outros links de Violins
Last fm
My Space

Ouça também
Festa universal da queda
SOS
Problema meu
Vendedor de rins

segunda-feira, 23 de junho de 2008

"Minha cidade grita..."



Frank Miller está de volta aos cinemas. Depois de adaptar para as telonas obras-primas de sua autoria, como Sin City e 300, o cara agora dirige e assina o roteiro de The Spirit, HQ criada por Will Eisner nos anos 1940, uma das mais importantes do mundo dos quadrinhos.

O filme está previsto para estrear em janeiro de 2009, e deve ser bem fiel a obra original, ter Frank Miller envolvido no projeto é um indício disso. No elenco, teremos Eva Mendes como Sand Saref, Samuel L. Jackson como o vilão Octopus, Scarlett Johansson como Silken Floss e Gabriel Macht no papel principal.

Acho que a história do herói de Central City está em boas mãos. Agora é esperar para ver o resultado que, repito, tem tudo para ser muito bom. Você pode ver as primeiras fotos do filme aqui!

domingo, 22 de junho de 2008

Fala ai



"E eu acredito em milagres
E eu acredito num mundo melhor, pra mim e pra você."

Ramones, I believe in miracles

sábado, 21 de junho de 2008

mp3 x cd's


Sempre que uma nova tecnologia ou mídia surge, as anteriores são condenadas ao desaparecimento. Foi assim com o rádio quando a televisão apareceu, e com o jornal impresso com o surgimento da web.

Agora é a vez dos cd´s serem vistos como algo ultrapassado. Isso mesmo, os mesmos cd´s que uma vez deixaram as fitas kc7 e os LP's para trás agora passam pelo mesmo processo. Tudo por causa da enorme quantidade de mp3 disponíveis, e da facilidade que os downloads oferecem. Pagar R$ 30,00 ou 40,00 reais num cd, ou baixa-lo de graça? Parece, e para algumas pessoas é, uma escolha fácil.

Sem hipocrisia, eu também baixo mp3, lógico, mas sempre que posso também compro cd's. Como diz um amigo meu, eu sou "velho" e saudosista, e comprar cd hoje em dia, segundo ele, é coisa de "tio". Mas eu gosto, tenho uma quantidade considerável deles, a foto ai de cima é uma parte da minha coleção de cd's inclusive (um pouco desorganizada, eu sei, preciso criar vergonha na cara e arrumar isso).

Bom, como aconteceu com o rádio e com o jornal impresso e até com os discos de vinil, os cd´s vão perder espaço (já perderam bastante), mas não vão sumir. Sempre existirão os heróis da resistência, como eu, que serão vistos como tiozinhos antiquados, mas que não deixarão isso acontecer!




quinta-feira, 19 de junho de 2008

Mas será possível?

Você conhece um tal de Justin Chadwick? Pois é, o cara conseguiu reunir no mesmo filme (A Outra, que estreou no Brasil nesta semana) Scarlett Johansson e Natalie Portman, e mesmo assim, ao que parece (eu não vi, só li por ai) conseguiu fazer um filme ruim. Se ele conseguiu essa façanha, vai ter que acabar a carreira dirigindo clipes de bandas de terceira linha por ai.


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Vitrola no talo - Descendents


Punk rock, punk pop, surf music. Já ouvi muitas teorias que tentam definir o som de banda de hoje, o Descendents. Não gosto muito dessa necessidade de enquadrar todas as bandas e músicas em alguma "categoria". O fato é que independente disso, o Descendents faz um som ótimo, é uma baita banda.

Banda que, admito, eu conheci tarde, há uns 3 anos atrás através de um DVD da coleção Punk O' rama (lançada pela Epitaph) de um amigo. Imperdoável, pois o Descendents está na estrada desde o começo dos anos 80, e onde eu estava com meus ouvidos esse tempo todo?

Com o perdão do clichê pra lá de batido, mas "antes tarde do que nunca". Músicas como I'm the one, e When i get old não saem desde então do meu mp3, ou do meu winamp. Não vou me estender muito, o som dos caras fala por eles. Foi até difícil escolher um vídeo pra deixar ai, mas acabei optando por I'm the one, som que me levou a conhecer a banda.

Outros links de Descendents:
My Space

Ouça também:
When i get old
Coffe mug
Cool to be you
Thank you

sábado, 14 de junho de 2008

Fala ai


"Primeiro eles te dão um estado, depois eles te dão um governo, depois eles te dão uma família, depois eles te dão uma polícia, depois eles te dão uma gangue. Mas você quer mudar tudo, e resolve montar uma banda, porque o mundo precisa ser mudado! Mas ai o tempo passa, passa, e nada acontece! Mas ai vem o pior da história. Você vai se tornar tão mentiroso, tão corrupto, tão gordo e infeliz como eles. DIFERENÇA!!"

- Rodrigo, Dead Fish, cantando Tão Iguais em show no Circo Voador.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Os games e a violência

Jogos de video-game vêm sendo apontados como responsáveis pelas atitudes violentas de jovens

Jogar video-game, fliperama, game-boy ou qualquer tipo de jogo eletrônico sempre foi algo normal, um lazer de qualquer criança e até de alguns adultos. Porém, os games sempre são apontados como responsáveis por tragédias que acontecem. Sempre que um jovem desequilibrado abre fogo numa universidade ou comete um ato insano, o discurso é sempre o mesmo. Os video-games são os culpados, pois os jogos são violentos demais, induzem as crianças/jovens/adolescentes a fazerem essas coisas. Será que isso é verdade? Será que os jogos eletrônicos exercem tamanha influência na vida de uma pessoa?


Bem, o video-game de fato tem um grande poder. Os jogos sempre foram para algumas crianças uma válvula de escape contra gozações sofridas na escola, notas baixas, fustrações da vida real. É como se os personagens dos games fossem uma espécie de "alterego" desses jovens. É natural essa identificação, principalmente nos dias de hoje. Com o avanço da tecnologia da indústria de jogos, é possível até criar um personagem, um avatar, com as suas próprias características. Se antes já era fácil se identificar com um héroi de um game, agora há a possibilidade do próprio jogador ser o protagonista.

E é nesse ponto que o video-game é apontado como vilão, quando surge a possibilidade de o protagonista no mundo virtual se passar para o mundo real. Adolescentes com dificuldades de se relacionar com outras pessoas, depressivos, com problemas familiares acabam usando essa válvula de escape que os video-games oferecem da maneira errada. Os que defendem essa tese dizem que esses jovens tornam o avatar, o personagem, uma parte de sua personalidade, o que os leva a atirar contra platéias de cinema ou colegas de escola. Alguns jogos são sim violentos, não há como negar. Games como GTA (qualificar o jogo) e Counter Strike (qualificar) contém muitas cenas violentas e bem realistas, chegaram a ser até proibidos em alguns países.

Alguns especialistas, porém, afirmam que o video-game não contribui para que esses crimes aconteçam. Pelo contrário, eles afirmam que os jogos até ajudam na formação das crianças. Assim como existem jogos violentos, também existem jogos educativos, como The Hospital, onde o jogador é o responsável por um hospital, ou mesmo jogos mais infantis.

O fato é que tudo depende da personalidade de quem joga. Existem os que repudiam os jogos violentos, os que jogam mas que são equilibrados o suficiente para saber que aquilo não passa de uma brincadeira. E existem ainda os adolescentes problemáticos citados acima, já com uma tendência violenta, que jogam video-game com outro olhar. Neste caso, não é o video-game que cria essa personalidade no adolescente, ele pode até potencializar isso, mas a característica violenta já é do jogador. Não existem teorias concretas sobre o assunto, apenas hipóteses, e essa polêmica ainda vai se estender por muito tempo. Mas não há como negar que o video-game continua sendo uma ótima opção de lazer.

Texto publicado no blog webjorsuperação, mantido pelos alunos do professor Willian Pereira de Araújo, também conhecido como Willião.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Vitrola no Talo - Nitrominds


Quatroze anos na estrada, turnês em vários países da Europa e um som com uma pegada única. Estou falando do Nitrominds, uma das bandas mais importantes da cena independente brasileira.

Formada em 1994, na cidade de Santo André, o Nitrominds foi uma das primeiras bandas independentes a fazer turnês fora do país. Além disso, também foi uma das primeiras a trazer bandas de fora tocar por aqui, como Bambix ( Holanda) Terrorgruppe ( Alemanha), D.Sailors ( Alemanha) e os americanos do Down by Law.

Não é a toa que o Nitrominds é uma das bandas brasileiras mais respeitadas e conhecidas lá fora. Os números dos caras impõem respeito: cds lançados no Brasil, EUA Canadá e Europa , além de quatro turnês pelo velho continente ( 2000, 2001, 2002 e 2003 ) uma no Canadá ( 2003) e uma na Argentina (1999).

Assisti um show deles em 2005, em que eles tocaram com os alemães do Thypoon Motor Dudes (ótima banda, que inclusive pertence ao selo dos caras, Nitroala Records). O clip ai abaixo é da música Down and Away, do cd Start your own revolution. Hardcore rápido, direto, sem frescuras e da melhor qualidade!

Ouça também:
Flowers and commom view (cláááááássica)
Star your own revolution
Bjstand and old Vienna

Outros links de Nitrominds:
Tramavirtual

sábado, 7 de junho de 2008

Mutantes, 45 anos depois



Todos sabem que a novela da Record, "Caminhos do Coração" está fazendo muito sucesso, ganhou até uma "2ª temporada". O que pouca gente sabe, é que o mote da história, e até a maioria dos mutantes, são inspirados (ou copiados?) na HQ criada por Stan Lee e Jack Kirby em setembro de 1963, chamada X-men.

Parece até bobo escrever isso, você pode se perguntar "ué, mas quem que não conhece os X-Men?". Pois é, mas eu andei lendo por ai que a novela faz sucesso porque a idéia de falar sobre mutantes é nova, revolucionária e coisas do tipo. Não é. Adaptar o formato para uma novela das oito pode até ser, mas a idéia, a história, não é. A série Heroes também segue o mesmo caminho.

Onde eu quero chegar com esse assunto? No poder que a mídia tem de "vender" seus produtos. X-men existe desde 1963, já ganhou três (razoáveis) adaptações para o cinema, e mesmo assim, a maioria da imprensa e da mídia trata Caminhos do Coração e Heroes como se fossem as primeiras produções a falar de mutantes e afins.

Não tenho nada contra a novela nem a série, não assisto nenhuma das duas, porque realmente acho que elas "chupam" demais a obra de Stan Lee, ao invés de apenas se inspirarem nela. Para fechar, isso é um exemplo de uma coisa que pertencia a um universo mais restrito (no caso, quem gosta de quadrinhos), e foi transformada em cultura de massa, jogada no horário nobre da TV, tomando proporções incríveis, hoje em dia todo mundo tem a palavra "mutante" na ponta da língua.

O que há de errado nisso? Nada, ué. Os mais puristas ficam bravos, eu fico apenas incomodado. De qualquer forma, se você se interessou pela história assistindo Heroes ou Caminhos do Coração, ou mesmo assistindo aos filmes, experimente ler uma das HQ´s dos X-Men, que é muito mais interessante.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Vitrola no Talo - Samiam


Frio, chuva, correria e dia de Vitrola no Talo. A dica de hoje também vem da Califórnia, e trata-se do Samiam. Formada no final dos anos 80, a banda ainda é um pouco desconhecida no Brasil, apesar de ter passado por aqui em 2002, numa turnê com o Garage Fuzz.

O som dos caras, alias, é indicado para dias como esse; nebulosos. É um som para ouvir ao chegar em casa cansado depois daquele dia cheio. Belas melodias, guitarras bem trabalhadas, enfim, um som para relaxar. O Samiam segue a linha de bandas como Hot Water Music e The Draft por exemplo.

Sem muito tempo para escrever hoje, mas fica ai mais uma dica. O clip abaixo é da música She found you, do cd Are freakin me out. Aqui você confere uma entrevista que o Sergie Loobkoff, guitarrista e fundador da banda, deu para o Zona Punk em 2002, na época da turnê dos caras aqui no Brasil.

Está de saco cheio? Trabalhou feito um burro o dia todo? Esqueceu de entregar aquele trabalho na faculdade? Riscaram o seu carro? Coloque um som do Samiam ai no seu winamp e relaxe.

Ouça também:
Sunshine
Ordinay Life
Dull
How Long

Outros links de Samiam
My Space