quinta-feira, 24 de abril de 2008

A falta que uma rádio rock faz



Já que este blog está numa onda "nostálgica", resolvi falar de uma rádio que fez parte da adolescência de muita gente. A extinta 89, a rádio rock! (a rádio ainda existe, mas só com o nome "89", e virou uma espécie de Jovem Pan, tocando só música pop, infelizmente a rádio rock acabou faz tempo). Bom, mas voltando ao assunto. No começo, a 89 se chamava Usina do Rock, e tocava rock sem parar, praticamente sem intervalos comerciais. Depois, se tornou a 89, A rádio Rock, ficou mais profissional e, mesmo tendo acrescentado sons mais "comerciais" na programação, continuou boa.

Para ser sincero, não sei se ela pegava em outros estados além daqui de São Paulo, só sei que eles tinham, na sua fase final, algumas afiliadas por ai, como no Rio de Janeiro, Curitiba e uma no nordeste, não me lembro exatamente em qual cidade. Por aqui, pegava tanto a 89 matriz, a da capital, como a 89 Campinas, destinada ao interior. E eu conheci muita, mas muita banda ouvindo a programação deles.

Os programas era bem feitos, e direcionados para quase todas as vertentes do rock. Quem nunca passou o dia ouvindo a 89 no dia 13 de julho (dia mundial do rock) para ouvir as "100 melhores músicas da história do rock"? Ou então no último dia do ano, quando tocavam as "100 mais do ano"? O que eu mais gostava era ouvir a 89 de madrugada, só tocava coisa fina, clássico atrás de clássico, coisa que a gente não enjoa nunca de ouvir.

Eu sei que, a exemplo do post anterior, quem tiver menos de 18 anos vai ler isso aqui, me achar um velho doido saudosista e dizer "mas tio, hoje em dia tem rádio online aos montes pra ouvir". Ta, eu sei. Mas não é a mesma coisa, e mesmo tendo rádios rock boas por ai hoje em dia, acredito que a 89, como eu disse, marcou fases da vida de muitas pessoas, e eu sou uma delas.

Bom, para fechar, um vídeo de uma das maiores bandas do mundo, que eu escutava direto nas madrugadas rock da 89. Ramones, KKK took my baby away.
One two tree four!


segunda-feira, 21 de abril de 2008

Idade da pedra

Os menores de 18 anos que lerem esse post me acharão um ser esquisito e da idade da pedra, mas sim, o que eu vou contar é verdade. Quando eu estava ainda "tendo" a minha formação musical, lá pelos anos de 1999, 2000, não exista download. Internet? Era artigo de luxo.

Pois bem, sendo assim, se já era difícil você escutar um som de uma banda gringa, imagina VER um clip dessa banda (pois é, o youtube não era nem uma idéia ainda). A única forma de ver clips eram alguns programas toscos da tv aberta (aqui onde eu moro, a MTV é canal fechado, acreditem se quiser). Um desses programas era o Clipper, da TV Gazeta. De cada dez clipes que passavam lá, nove eram horríveis, e um prestava.

E eu e mais um amigo ficávamos lá, com a fita no ponto no video-cacete, com o dedo rente a tecla "rec", esperando passar um clip legal para poder gravar (pois é, o DVD também era um artigo de luxo nessa época, isso se ele já existia...).

E esse clip do Foo Fighters (Generator) era um que passava as vezes. Lembro da minha alegria quando eu consegui grava-lo pela primeira vez, assisti a fita umas 200 vezes depois. Da saudade dessa época, era tudo bem mais difícil, mas era tão boa a sensação de conseguir um material da banda que você curtia.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Zines de ontem e de hoje

Estava procurando um texto nas minhas coisas esses dias, e sem querer me deparei com dois zines que tenho guardado. Um é o zine Café, editado pelo meu amigo cartunista André Almeida, em 2003.

Capa do zine Café, de 2003

Este zine trazia os trabalhos de vários cartunistas, gente muito boa mesmo. Não sei ao certo quantas edições o André conseguiu rodar, mas eu tenho duas guardadas aqui.



Quadrinhos de André Almeida no zine Café, de 2003


O outro zine é um que rola aqui em Bragança atualmente, o Espaço Edith Zine, editado pelo vocalista e guitarristas da banda Leptospirose, Quique Brown.

Capa da edição n° 03 do Edith Zine, de 2007

O Edith é praticamente uma revista underground, traz entrevistas e informações sobre a cena independente da região bragantina, além de quadrinhos, resenhas e colunas. A capa dessa edição traz uma entrevista com Marcos Motossiera, vocalista da banda uruguaia Motossiera.


Eduth Zine, de 2007

Se por acaso você chegou até aqui, e tem algum zine ou e-zine que gostaria de divulgar, deixe o link nos comentários, ou mande um e-mail para o endereço que está ali no perfil, que a gente posta e divulga aqui.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Somente fogos de artifício iluminarão o céu a noite

Eu sei que já faz um certo tempo (o clip é de outubro de 2007), mas vale a pena falar sobre ele. Este clip do Keane (The Night Sky) foi feito por crianças da organização War Child (Organização britânica que presta assistência às crianças de países devastados pela guerra); a letra retrata a visão da guerra sob a perspectiva de crianças que viveram seus horrores.

Por que esse clip do Keane está aqui? Simples. Não é só por que eu gosto do som dos caras, mas por que me irrita profundamente quando alguém fala mal da cidade ou do país em que mora ou onde cresceu. Querendo ou não, esse lugar ajudou a construir o seu caráter, a pessoa que você é hoje. E nós deveríamos nos sentir aliviados, porque vivemos numa região sem grandes conflitos, nossas lembranças estão todas lá, seja aquela rua onde você costumava jogar bola ou aquela casa onde você passou a infância. Você pode até não morar mais lá, mas sempre que bater uma certa nostalgia, uma saudade, você pode voltar lá e relembrar.

Já as lembranças dessas crianças são todas destruídas por bombas, mísseis e pela ambição de alguns poderosos. "Ah, mas o Brasil é uma merda, com tanta corrupção e tantos problemas, terceiro mundo, os EUA é mais legal e blá blá blá". Sim, mas será que o Brasil não está assim porque nós não sabemos votar, ou por que nós somos acomodados e conformados demais?

Imagine não poder reunir os seus amigos por que a qualquer momento um míssel pode cair sobre a sua cabeça, ou ver um bombardeio destruir aquele lugar que guarda as suas melhores lembranças? Como diz uma parte da letra desse som, " Oh o que eu daria para esperar no ponto de ônibus, ou folhear os livros em uma livraria, para dormir e sempre estar calmo" Assistam o clip, a letra em inglês está aqui, e a letra traduzida está aqui.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Primeiros contatos

Confesso que comecei a acompanhar com certo atraso a cena independente. Meus primeiros "contatos" com ela aconteceram entre 2002 e 2003 (no auge dos meus 16, 17 anos, quando reza a lenda eu encantava os amantes do futebol com jogadas espetaculares na quadra da FESB, mas essa é outra história). Bom, voltando ao assunto, nessa época era (bem) mais difícil achar músicas de bandas independentes, mesmo com os downloads. Eu ainda não tinha internet, mas alguns amigos já tinham, e era através deles que eu ia conhecendo músicas e bandas. E a primeira que me chamou a atenção foi o Dead Fish, banda que eu escuto religiosamente todo santo dia até hoje. Ainda guardo num caderno antigo daquela época a letra de Sonho Médio (primeira música deles que eu ouvi) que o João me escreveu. É legal ver esse vídeo, e relembrar um tempo que deixou saudades.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Um papo com o mestre

Durante todos esses anos de escola, faculdade e cursos, tive muitos professores. Alguns simplesmente passaram, outros me ensinaram tanto que acabaram virando meus mestres , pessoas nas quais me inspiro até hoje. Um deles, é Orivaldo Biaggi, professor de História da Comunicação da FAAT. Incrível como um simples bato papo com ele pode se tornar uma aula, um aprendizado. Na última quarta feira foi exatamente isso que aconteceu. Numa simples conversa, falamos de contracultura, de cinema, do estilo dos diretores de cinema, de filmes antigos, de filmes recentes, de Stephen King, de música. "Aulas" como essa é que fazem valer a pena o dinheiro gasto na faculdade. Professores como o Orivaldo, que é admirado não só por mim mas por todos os alunos que já tiveram aula com ele, é que acrescentam algo na nossa formação.